Todos os dias nascem pais e mães em potencial, mas nem todos estarão prontos quando chegar o momento.
Pra se construir uma família é necessário uma dose bem grande de altruísmo e também um certo abandono de si mesmo.
Pode ser que algum dia os filhos ingratos que você gerou ou buscou num orfanato não aceitem suas moedas e lhe desagradem rasgando sua alma, certamente você ainda os amará.
Pode ser que a pessoa que você escolheu por companhia de vida não seja exatamente tudo aquilo que você imaginava (nunca é), e você terá que decidir se consegue ou não amar os defeitos do (a) seu (ua) companheiro (a).
A família de origem não se escolhe, ou pelo menos não se recorda de ter escolhido (aos que acreditam na reunião deliberada dos espíritos que necessitam evoluir em conjunto) mas a família nuclear - aquela que será montada e preparada a partir das nossas convicções e vivências - essa se escolhe, essa temos a oportunidade de planejar.
E quanta gente escolhendo errado! Muitos, sem vocação, decidem ter filhos sem saber que filhos dão trabalho e preocupações por toda a vida. Indispostos a suprir as necessidades dos seus tutelados os abandonam ao desmantelo afetivo completo, corroborando para um mundo mais cheio de pessoas vazias ou esvaziadas emocionalmente.
Muitos, movidos por forte egoísmo, escolhem os parceiros com os melhores atributos físicos e/ou materiais, sem que haja o refresco da cumplicidade verdadeira, a parceria efetiva e salutar no que tange às questões familiares, relegando ao fracasso a empreitada conjugal.
A família nuclear deve ser alicerçada em escolhas que se baseiem em afinidades, filhos devem ser gerados no amor e educados à luz do exemplo. Não há garantias de êxito na empreitada familiar, mas as chances de se construir uma fortaleza indestrutível são maiores quando se tem altruísmo e o desejo sincero de promover a felicidade em vez de apenas obtê-la.