Alma de menina
Reluz pelas janelas dos olhos.
Não é nada demais,
É só uma mariposa
Que passeia dentro dela.
E, feito lanterna,
Vai mostrando
A estrada
De-vagar-lume.
Cyntia Pinheiro
Voltando ao trabalho (aquele que paga as continhas), depois de dois anos em casa.
Isso aconteceu dia 03/03, mas não havia registrado. A foto não é atual.
Havia cerca de quarenta anos que ela não me dava um banho e eu realmente acreditava que ao me tornar uma mocinha ela nunca mais o faria novamente.
Pelo corrente natural da vida, os filhos um dia devem retribuir aos pais todo o afeto e cuidado da infância, mas não me surpreende que os meus ainda não precisem de mim nesse sentido, pois felizmente são fortes e mais saudáveis do que eu.
Pois é, hoje ela me deu banho. Eu precisei desse tempo de intimidade com ela. Não por escolha, mas por necessidade. Ela esfregou meus pés e minhas costas, depois secou os meus cabelos vagarosa e carinhosamente.
Fez chá, fez café, fez comida, fez suco, fez meu curativo, fez tapioca, trouxe fruta, biscoito, trocou os lençóis, subiu e desceu uma dezena de vezes as escadas, sempre sorrindo e fazendo algo em meu socorro. Limpou minha casa, molhou minhas plantas, alimentou meus filhos, meu marido, meu pai.
Ela se esqueceu de si mesma, se esqueceu de que também está precisando de cuidados, ainda está tossindo e tratando da covid (que tivemos recentemente), mas se tem uma mulher forte nesse mundo, essa mulher é minha mãe.
Ela me deu um banho hoje. Não foi só no chuveiro que o fez, me deu um banho de amor, de afeto, um banho de humanidade.
Estou me recuperando de uma cirurgia, que tem sido um verdadeiro exercício de paciência (pois sou hiperativa) e humildade (porque não é nada fácil de repente tornar-se dependente).
Mas já está passando, logo estarei de volta, recuperada, inteira e, se Deus quiser, melhorada por dentro e por fora. Por dentro sobretudo pelo exemplo de altruísmo que recebo dela, porque ela sempre me ensinou o valor de servir aos outros e por fora porque logo logo meu corpo estará pronto pra começar esse ano que até aqui foi meio maluco, mas tenho fé que vai ser excelente!
É, amigos! Ela me deu um banho. Um banho de generosidade e eu não tenho palavras para agradecer .
Te amo, mãe❤️
Cyntia Pinheiro
O livro "Como morrem as Marias" traz mulheres comuns, como eu e você.
Fala da rotina de tais mulheres, seus trabalhos e modos de vida, seus dilemas pessoais e, sim, os textos terminam em morte. Mas calma! Não há motivo para se assustar!
São sessenta contos que buscam tratar esse tema tabu: "morte" com naturalidade, já que esse é mesmo o destino de cada ser vivente sobre a face da terra.
Alguns contos são como prosas poéticas, outros mais prosa que poesia, alguns são retratos fieis da vida e da morte de certas Marias e outros ainda, completamente fantasiosos, trazendo um cardápio de Marias para todos os gostos, desde as mais cristãs e pragmáticas, como a Maria do Convento e a Maria Professora, por exemplo, até as mais debochadas como a Maria Ginecologista e a Maria da Zona.
Para um leitor menos atento o livro pode parecer superficial, mas no fundo tem o objetivo maior de fazer denúncia, pois traz uma pauta machista e também feminista, do ponto de vista que escancara as dificuldades de ser mulher nesse nosso país, mas também tem uma perspectiva positiva sob a ótica do empoderamento feminino.
É livro para todos os gostos, tem morte trágica e cômica, é provocativo e instigante, é fácil de ler por causa de seu vocabulário objetivo e simples.
Você vai gostar! Basta procurar a aba "livros à venda" e pedir o seu!
Depois volte para me contar o que achou!
Um beijo dessa Maria de cá,
Cyntia Pinheiro
Oi gente!
Estou tão animada para 2022! Agora sinto que ele começou de fato!
Superei a covid e estou em vias de publicar meu primeiro romance!
Let´s go! Esse ano ninguém me segura!
Um bom abraço para vocês!
Cyntia.