O amor floriu na jabuticabeira
Espocando nas bocas banhadas de mel.
Também esteve aninhado no galho
Vendo a roupa do inverno caindo ao solo.
E nos meninos chutando as gargalhadas
Na brisa primaveril dos cantos.
Fez-se um peixe no abraço da água
E afogou-se no silêncio das bocas naufragadas.
Era o amor um sismo entortando geleiras
Que entre arbustos espreitava os ânimos,
E nas colinas bisbilhotava as querências.
Mas não tendo par nem pão,
Eira ou qualquer beira,
Foi morar numa pena,
Atrás da cortina d'água.