As palavras cauterizam-me a alma.
Ensaio uma prestidigitação ofegante
A consumir meus verbos em ígneo intento.
Assim, dolorosa, fútil, rasa,
Vou queimando em mim o delírio,
Que já não me silencia,
Ora que me teima.
Sou só faísca,
Mas ainda farei fogaréu
Com minhas línguas.
De minhas mãos as carnes em labareda
Farão palavra.
Meus dedos em lambeduras
Farão palavra.
E as palavras, ah!
Estas me farão!