Amor não se ganha no grito
Amor não faz barullho.
Amor é silêncio, depois sussurro,
E assim se comunica.

Chega leve, suave
Surge feito gota d'água na pontinha do pé
E vai subindo, enchendo, inundando tudo,
preenchendo nossos espaços todos.

E a gente então se gosta primeiro!
E depois ele transborda, vaza de nós e se espalha no mundo,
Extavasa e alcança o outro.
E o outro, se quiser, bebe, se lava, se banha em nós.

Não é maré alta, muito menos tsunami,
É lago de água morna,
É delícia, é abraço, é aconhego.
Não se consegue na força, muito menos no grito
Ou na exigência.

Não pede que o outro se adapte às nossas convicções,
Mas tem convicção de que o outro importa,
Com seus defeitos, erros e acertos.

O amor não é tempestade
É chuva fina, é delicadeza,
Respeita, mesmo não podendo concordar.
E não se impoe, preza a liberdade de corredeira.

Ah, o amor! É essa coisa bonita, utópica, livre e leve
E sim, o amor é coisa solta, líquida, morna, indomável,
Embora não seja fera. E sabe que não precisa ser fera,
Porque o território do outro é ambiente seguro.

Sabe, o amor não duvida, e pode até fazer curva,
Mas de tão puro, é como espelho d'água,
Reflete no outro o melhor de nós, nunca o pior.

É benevolente, é compassivo, é paciente.
O amor, esse clichê barato,
Essa coisa que pouca gente tem encontrado,
Está tão perto de nós. Mas a gente não vê,
Porque estamos olhando para os outros,
Mais do que para nós mesmos.
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https://www.youtube.com/watch?v=O2UXuqRKaVA