Carrega em si uma vastidão.
Coisas prontas para pingar da língua
Num gotejar profético.
Vai de Diadorim a Raskólnikov,
Não só viver, mas existir,
Morrendo para provar que viveu!
De Severino a Ivan Ilitch,
Viver como se deve,
Iguais em tudo na vida?
Abriga Coras, Clarices, Rosas,
Em palavras subcutâneas,
Que nas madrugadas recitam
Numa profusão dadivosa!
Feminista intransigente,
Feminina quase sempre.
De Simone de Beauvoir
Tornando-se mulher,
A Cecília, em elegias de
Cigarras, grilos e narinas.
Ela é assim, uma biblioteca:
Antropodérmica.
Abaixo de si, no dentro,
É onde está. É onde elas estão.
Elas, as palavras.