Verve
Profano as escrituras
Que banham-se em tinta
Sem pena, sem papiro.
Gota na ponta da língua
Mel de letra, sorvo sílaba.
Palimpsesto. Beco escuro.
Rua sem saída. Rezo um terço,
No quinto dos infernos.
E o que faço em um quarto,
É modesto. É vegano. Insosso.
Sabe, encontrei a verve,
Bebi veneno nas entrelinhas,
Morri poema. Renasci menina.
Cyntia Pinheiro
Enviado por Cyntia Pinheiro em 28/08/2025